Quando coloquei os olhos no trailer de Blood Road, me senti tentado a assisti-lo por conta das paisagens inacreditáveis presentes ali, naqueles poucos minutos de projeção. Mas este documentário vai além e questiona coisas como o quanto a guerra é desnecessária, a importância de ter contato com suas próprias origens e como a alteridade pode ajudar na proximidade entre os povos.
Mesmo que o filme tenha o selo da empresa Red Bull, o diretor estreante Nicholas Schrunk tem o cuidado de não sobrepor a marca à história de Rebecca Rusch, uma das maiores ciclistas de resistência no mundo, que percorre a trilha de Ho Chi Minh, utilizada pelos vietnamitas na Guerra Fria, para encontrar o local da queda do avião de seu pai, ex-piloto do exército norte-americano, morto em combate.
Foram 1930 quilômetros percorridos ao lado de Huyen Nguyen. A vietnamita se transforma numa espécie de guia, fazendo entendê-la as diferenças culturais e apresentando imagens assustadoras, como as crateras causadas pelas bombas, que hoje se transformaram em lagoas que ajudam no sustento de famílias ou mesmo, as milhares de minas terrestres que continuam matando pessoas desavisadas, mesmo após mais de duas décadas do fim do combate.
Este documentário em road movie é dinâmico em sua montagem (o pai também transforma-se num personagem, com trechos de suas cartas sendo lidas) e deixa o espectador boquiaberto, seja para o bem ou para o mal. Há certos trechos e diálogos que parecem um tanto forçados, mas mesmo com este pequeníssimo descuido, é acima da média, tendo um final de cortar o coração. Assim como tantos outros, deveria ser obrigatório assisti-lo ao menos uma vez na vida.
Título Original: Blood Road
Ano Lançamento: 2017 (Estados Unidos)
Dir: Nicholas Schrunk
Elenco: Rebecca Rusch, Huyen Nguyen, Ian Adamson
ORÇAMENTO: —
NOTA: 8,5
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