E quando surgem adaptações para o cinema de best-sellers, os fãs já ficam com ‘a pulga atrás da orelha’, pois mesmo sendo uma constante em Hollywood, já vimos diversas bombas que foram expostas para o público como ‘O Código da Vinci’, ‘O Gato’, ‘A Bússola de Ouro’, só para citar alguns. Este era meu medo em relação à ‘A Menina que Roubava Livros’, principalmente porque o diretor Brian Percival é um completo desconhecido.
Mas para minha surpresa, encontrei uma narrativa delicada e uma protagonista doce e esperta – quem não se apaixonar por Liesel pode procurar um médico urgentemente –, e mesmo com o primeiro ato arrastado e cenas dramáticas difíceis de aceitar, ainda mais quando Emily Watson (Cavalo de Guerra) entra em cena, o roteiro engrena e se mantém assim até o desfecho.
Se grande parte do livro é narrado pela Morte, aqui ela entra em cena pouquíssimas vezes, deixando algumas lacunas, como se estivesse desconectada do resto da trama. Diferentemente disso, a conexão entre Sophie Nélisse e Geofrey Rush (Piratas do Caribe) ultrapassa a tela e torna-se quase palpável, como uma forma de conexão entre nós e os atores.
Adotada por um casal em plena 2ª Guerra Mundial, Liesel aprende a ler através do incentivo de seu pai e também dos livros que rouba. Ao abrigarem um judeu em sua residência, a garota acaba transmitindo o amor pela literatura para o homem. Mas conforme o conflito se intensifica, nada nem ninguém parece estar a salvo.
A reconstrução de época é impressionante e os clichês são driblados com louvor – seria fácil construir um filme insosso, já que o sub-gênero 2ª Guerra Mundial e nazismo, já foi usado a exaustão. ‘A Menina que Roubava Livros’, provavelmente sairá de mãos vazias da noite de premiação do Oscar, mas o mais importante é que conseguiu roubar meu coração e fazê-lo flutuar, como poucas obras assim o fizeram.
Título Original: The Book Thief
Ano Lançamento: 2013 (Estados Unidos/Alemanha)
Dir: Brian Percival
Elenco: Roger Allam, Sophie Nélisse, Heike Makatsch, Julian Lehmann, Kirsten Block, Geoffrey Rush, Emily Watson
ORÇAMENTO: 35 Milhões Dólares
NOTA: 7,5