Michael Bay é um cara que não mede esforços para criar blockbusters grandiosos, lotados de explosões, tiroteios e a bandeira dos Estados Unidos ao fundo. Mas de uns tempos para cá, ele começou a flertar com um cinema mais adulto, nunca deixando sua assinatura visual de lado. Foi assim em menor escala com A Ilha, depois veio Sem Dor, Sem Ganho e agora em 13 Horas – Os Soldados Secretos de Benghazi.
Mas o fato de Bay nunca deixar ‘a criança que vive dentro dele morrer’ (no sentido do uso excessivo e desconcertante dos efeitos especiais), faz com que essa tentativa de algo mais coeso pareça um castelo de areia, onde a qualquer momento tudo pode desmoronar. No caso deste projeto, isso quase acontece, pois o corte final de intermináveis 144 minutos cansa, a sorte é que o espectador estará tão imerso na ação, que esquecerá deste detalhe.
Os tais soldados estão numa base na Líbia e precisam se preparar pois um embaixador americano irá visitar o local, justamente em um dos aniversários dos atentados contra as Torres Gêmeas e é quase certo que os terroristas locais estarão preparados para atacá-los.
O grande acerto em 13 Horas – Os Soldados Secretos de Benghazi, além das sequências em ação com a câmera na mão, onde Bay acompanha os protagonistas e deixa o espectador em um estado de nervos à flor da pele (os fãs de Call of Duty irão amar), é a escolha de um elenco praticamente desconhecido do grande público – e eles fazem o serviço de serem os machos-alfa direitinho.
É provável que Bay jamais consiga ser o cineasta sério que ele, por vezes, gostaria, é provável também que continuará nos causando dores de cabeça com suas insuportáveis e barulhentas edições de som e é óbvio que boa parte dos cinéfilos o odiará até o fim da vida, mas ao menos tenta sair do terreno comum.
Título Original: 13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi
Ano Lançamento:2016 (Estados Unidos)
Dir: Michael Bay
Elenco: James Badge Dale, John Krasinski, Max Martini, Toby Stephens, Pablo Schreiber, David Denman
ORÇAMENTO: 50 Milhões de Dólares
NOTA: 7,0
Por Éder de Oliveira