Troque o diretor John Crowley por Valcir Carrasco, a protagonista Saoirse Ronan por Mariana Ruy Barbosa, o galã Emory Cohen por Klebber Toledo e a megera Miss Kelly por Joana Fomm e você notará que ‘Brooklyn’ poderia ser uma das novelas de horário nobre da Rede Globo.
Não que o filme seja um total desperdício, longe disso, afinal há diálogos interessantes, um figurino lindo, uma homenagem a todos os imigrantes irlandeses que vivem nos Estados Unidos e uma mensagem relevante, principalmente para os dias atuais, que é: onde é meu lugar neste mundo?
O grande problema de ‘Brooklyn’ é não ter um clímax – e a única tentativa de fazê-lo, some em quinze segundos –, sem contar as reviravoltas, todas antecipadas pelo espectador minimamente atento. De resto, o triângulo amoroso dá conta do recado, assim como a espécie de tensão entre irlandeses e americanos, que pairavam em qualquer lugar por ali.
Eilis é irlandesa e, com a ajuda da Igreja, consegue se mudar para Nova York, uma grande centro que lhe dará possibilidade de trabalho e estudo. Após muitas dificuldades consegue se adaptar e encontrar um amor, mas uma tragédia a levará de volta para a Irlanda, o que pode acabar com seu relacionamento.
Se formos pensar friamente, Charlize Theron conseguiu um papel muito mais arrebatador do que Saoirse Ronan, mas por conta do didatismo e falta de diversidade da Academia, ela acabou não sendo nomeada. Só assim para entendermos este tipo de decisão. No mais, este projeto de época é igual a tantos outros indicados a Melhor Filme e será esquecido daqui alguns anos, ao contrário de Furiosa e sua turma.
Título Original: Brooklyn
Ano Lançamento: 2015 (Canadá/Reino Unido/Irlanda)
Dir: John Crowley
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Jim Broadbent, Julie Walters
ORÇAMENTO: 10 Milhões de Dólares
NOTA: 6,5
Por Éder de Oliveira