LEVIATÃ
Mesmo estando em um país corrupto e que demonstra isso a cada dia, com seus vereadores, prefeitos, deputados, senadores e etc., me senti um tanto distante da mensagem principal de ‘Leviatã’, talvez pela linguagem um tanto travada imposta no cinema de Andrey Zvyagintsev – quase como uma tragédia grega.
Roman Madyanov, intérprete do prefeito Vadim, é uma versão com um pouco menos de poder de Vladmir Putin e essa é a melhor coisa por aqui, já que as características ranzinzas do protagonista Kolya, vivido por Aleksey Serebryakov, parecem tão presas em uma imutabilidade que não deixam o espectador em dúvida, em momento algum no longa.
O braço de ferro entre a casta mais baixa da sociedade, contra aquela que, obrigatoriamente, deveria ajudar, tem certa densidade, principalmente com os planos sequência bastante delicados, mas soa pouco natural.
Kolya e sua família vivem no norte da Rússia, onde tem sua casa e a oficina mecânica onde trabalha, porém, o prefeito da cidade pretende se apropriar do terreno. Num primeiro momento Vadim tenta subornar Kolya, numa segunda tentativa utiliza de meios mais agressivos para conseguir tudo o que quer.
Quando a longa saga de duas horas e vinte minutos chega ao fim, há um alívio, não pelo personagem tem conseguido fazer justiça após tanta luta, mas sim, por saber que poderemos levantar das poltronas e ir embora. ‘Leviatã’, como consta em relatos da Idade Média, representava o quinto pecado – inveja –, mas aqui, poderia significar outro, ou seja, o da preguiça.
Título Original: Leviafan
Ano de Lançamento: 2014 (Rússia)
Dir: Andrey Zvyagintsev
Elenco: Elena Lyadova, Aleksey Serebryakov, Lesya Kudryashova, Vladimir Vdovichenkov, Anna Ukolova, Kristina Pakarina, Roman Madyanov, Aleksey Rozin
ORÇAMENTO: 15 Milhões de Dólares
NOTA: 4,0
Indicações ao Oscar: Filme Estrangeiro
Por Éder de Oliveira
Publicar comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.