VÍCIO FRENÉTICO

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No alto dos seus 67 anos, Werner Herzog (‘O Homem Urso’) esbanja categoria ao criar películas sempre com um toque bastante pessoal e introspectivo. Sendo assim, era de se esperar que ‘Vício Frenético’ tivesse todas as artimanhas de um bom thriller policial. Mas o diretor vai além, usando o roteiro de William M. Filkenstein para colocar tons cínico dentro dos 121 minutos do longa.

O grande achado por aqui é Nicolas Cage, que após trabalhos medíocres como ‘Motoqueiro Fantasma’, ‘Perigo em Bangkok’, ‘O Sacrifício’ e ‘O Vidente’, acerta o tom e nos entrega um personagem coeso, lotado de falhas e com uma índole tão destruída quanto o desastre que assolou Nova Orleans em 2005. As alucinações de Terence McDonagh podem, por vezes, parecer exageradas e talvez Herzog faça isso propositalmente, mas errou na fórmula.

Dois pontos fazem o filme degringolar bastante e perder pontos importantes, o primeiro é a interpretação sofrível de Eva Mendes, sem naturalidade e completamente desconectada do resto do elenco e segundo, o desfecho desprezível, formulesco e panfletário, quase como um conto de fadas. Dos coadjuvantes, podemos citar Val Kilmer (‘Fogo contra Fogo’), que apesar do pouco tempo, demonstra agilidade e boa performance.

Com as costas seriamente contundidas devido um salvamento, McDonagh é promovido a tenente. Começa então a depender de remédios para amenizar as dores e não demora muito para se viciar em cocaína. O tenente é colocado à frente das investigações para encontrarem os culpados pelo assassinato de uma família senegalesa, mas sua conduta o leva cada vez mais para a beira do abismo, podendo comprometer tudo.

‘Narc’ está mais a frente em relação à crueza e realismo, tanto nos diálogos quanto na colocação de câmeras e closes dos atores, porém ‘Vício Frenético’ vai mais além no sentido de corrupção e chantagem. Se houvessem aqui menos excessos, o espectador sairia mais satisfeito – a sequência do acidente envolvendo um jacaré na estrada é irritante, pois são minutos preciosos, perdidos pela grandiloquência de um diretor bom, mas tão frenético quanto sua obra.

Título Original: Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans
Ano Lançamento: 2009 (EUA)
Dir.: Werner Herzog
Elenco: Nicolas Cage , Eva Mendes , Val Kilmer , Fairuza Balk , Jennifer Coolidge

ORÇAMENTO: —

Primeiro vingador do Cinema e Séries (antigo Cinema e Pipoca) e do Pipocast, sou formado em Jornalismo e também em Locução. Aprendi a ser ‘nerdzinho’ bem moleque, quando não perdia um episódio de Cavaleiros do Zodíaco na TV Manchete ou os clássicos oitentistas na Sessão da Tarde. Além disso, moldei meu caráter não só com os ensinamentos dos pais, mas também com os astros e estrelas da Sétima Arte que me fizeram sonhar, imaginar e crescer. Também sou Redator Freelancer.

1 comentário

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Júnia L.

COMENTÁRIO QUE ESCREVI PARA POSTAR AINDA ESSA SEMANA NO MEU BLOG SOBRE O FILME:

'Gosto de filmes que abordem a situação de caos que se encontram regiões do sul dos EUA pós-Furação Katrina e “Vício Frenético” enfia o dedo na ferida com força. Muita droga, prostituição, corrupção, descaso das autoridades com a região de predominância negra.
Nicolas Cage está perfeito como nunca ao incorpora um tenente viciado em remédios e drogas pesadas para aliviar as dores decorrente de um acidente de trabalho. Os trejeitos de Cage são espetaculares ele chega a ser caricato e Herzog trabalha o estado físico e mental do “mau tenente” como um conto sobre a desordem social e moral.
O julgamento comportamental de Cage no filme é algo extremamente pessoal, a proposta do diretor exatamente essa. Afinal, existe certo e errado em determinadas situações?
Nota 9- Excelente'

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